terça-feira, 27 de setembro de 2011

R.I.E.:O Filme dos Espíritos surge determinado

Orson Peter Carrara - orsonpeter92@gmail.com
Revista Internacional de Espiritismo


Produção homenageia O Livro dos Espíritos e o próprio Codificador Allan Kardec em mês particularmente ligado ao Professor Rivail

Valorizando ensinos de O Livro dos Espíritos para o grande público, por meio do cinema, com distribuição pela Paris Filmes e estreia marcada para o dia 7 de outubro próximo em quase 100 salas de exibição – nas principais capitais e grandes cidades do país –, o filme traz trilha sonora especialmente selecionada e espera alcançar o público pela emoção como forma de traduzir os conceitos da obra que deu origem à Doutrina Espírita. André Marouço, o diretor do filme, é jornalista, radialista, cineasta e formado em Marketing pela Universidade Paulista. Nasceu e reside na capital paulista, contando mais de 20 anos de experiências com passagens por diferentes emissoras de TV.

RIE – Por que o nome O Filme dos Espíritos?

André Marouço – O nome do filme surgiu quase como que uma imposição, uma vez que o filme era inspirado em O Livro dos Espíritos, explicando em formato de ficção o conteúdo do livro. A primeira etapa do filme foi a produção de curtametragens que explicavam 8 capítulos da obra mater espírita. A segunda etapa seria o filme de longametragem propriamente dito, este com a incumbência de reunir trechos dos curtametragens formando uma peça única. Assim, desde o início, o filme foi colaborativo, escrito por um roteirista principal, eu, e outros tantos que escreveram pequenos trechos.

RIE – Sendo uma referência direta ao O Livro dos Espíritos, como surgiu a ideia de produzi-lo?

André – O Eduardo Dubal, companheiro da Fundação Espírita André Luiz, estava fazendo um curso de cinema e trouxe-nos a ideia a partir de sua experiência por lá. Segundo ele, muitas vezes os jovens que faziam esses cursos acabavam por produzir peças cinematográficas pouco construtivas, filmes que falavam de sexualidade de maneira irresponsável, filmes que exploravam drogas, álcool e até suicídio de forma poética. A ideia do Eduardo era que chamássemos jovens cineastas para a produção de peças espíritas de curtametragem. Assim foi nascendo o projeto.

RIE – O roteiro da produção está centrado numa única história ou são vários episódios reunidos?

André – O filme tem como espinha dorsal a história do personagem fictício Bruno Alves, um psiquiatra de meia idade que perde a esposa, desenvolve alcoolismo, perde o emprego e, assim, entende que precisa “dar fim em sua vida”. Naquele que seria seu instante fatal, buscando as águas fétidas do Rio Tietê ele encontra O Livro dos Espíritos. Daí para diante Bruno descobre as maravilhas que o Criador reserva a quem luta com amor para vencer as dificuldades e então o psiquiatra passa a travar contato com algumas histórias – a dos curtas – e conhecendo estes personagens ele vai adiante reconstruindo sua vida.

RIE – A produção, em termos de custos, está no mesmo patamar das recentes produções com temática espírita levadas às telas?

André – O Filme dos Espíritos é um filme com orçamento menor aos anteriores, mas se fôssemos colocar tudo o que foi feito na ponta do lápis, acho que chegaria às cifras de alguns destes filmes. Pois, por ter sido um projeto contributivo, contamos com apoio de empresas, pessoas e fundações que se desempenharam ao longo da produção, ou cobrando valores menores que os comumente praticados, ou mesmo em alguns casos apenas valores de custo. Entre as centenas de figurantes, por exemplo, destacamos o trabalho dos voluntários, gente que foi com seu carro até os locais de filmagem, pagou seu próprio lanche, enfim, todos, por saberem que o filme seria uma homenagem a Allan Kardec e ao O Livro dos Espíritos, não mediram esforços para que a obra fosse produzida.

RIE – Qual a data prevista para estreia? Em quais capitais inicialmente? Relacione o esquema de exibições.

André – O filme tem distribuição nacional pela Paris Filmes, a data da estreia é 07 de outubro. Escolhemos este mês para homenagear o nosso querido codificador. Inicialmente, estamos trabalhando com uma estreia próxima de 100 salas de cinema, em capitais e grandes cidades do Brasil. Mas tudo depende do movimento espírita. O primeiro final de semana é de fundamental importância para a carreira do filme; assim pedimos a todos os que amam a doutrina dos espíritos, àqueles que viram suas vidas melhoradas graças ao Espiritismo, enfim, pedimos a esse público que lote as salas de cinema nos dias 07, 08 e 09 de outubro, que organizem caravanas, levem seus familiares, amigos, enfim, isso será de fundamental importância para que o filme vá bem, que chegue ao maior número de pessoas, não só no Brasil como, posteriormente, no mundo.

RIE – Podemos dizer que a produção é uma adaptação cinematográfica atual aos ensinos da obra em referência?

André – O Livro dos Espíritos é a maior obra de filosofia espírita, e não se resume apenas à dimensão da matéria, explicando com racionalidade, como já o dissemos, os grandes enigmas existenciais e espirituais humanos. É um livro de perguntas e respostas e às vezes exige um estudo apurado do leitor para compreensão de algumas questões. No caso do filme, apresentamos os conceitos do livro de forma leve e de fácil compreensão. Através da arte mostramos Deus, a criação, o mundo dos espíritos, a reencarnação, desencarnação, a lei divina, a lei de sociedade, esperanças e consolações; mas estes conceitos são passados quase como que subliminarmente, pois entendemos que a função do filme é acessar pela emoção, e depois as pessoas vão adquirir o livro e estudar esta e outras obras kardequianas, ou mesmo outras obras espíritas.

RIE – E a trilha sonora? Comente sobre ela.

André – A trilha sonora foi feita pelo amigo e maestro Corciolli. Quando o filme estava montado, inserimos uma trilha de referência e chamamos o Corciolli para assistir, convidando-o para o trabalho; nesta ocasião não tínhamos certeza de nenhuma verba para o trabalho de trilha, mas ele aceitou na hora pelo filme que assistiu e pela mensagem da obra. Graças a Deus os recursos financeiros necessários para a finalização chegaram e o Corciolli pôde se dedicar de corpo e alma no filme. Ele trabalhou dois intensos meses no filme e nós fazíamos reuniões semanais quando então realinhávamos todo o trabalho. Ao final, ficamos mais que satisfeitos pelo trabalho feito, a trilha não é maior que o filme, é contributiva, às vezes assistimos peças cinematográficas em que ou a trilha fica inferior à obra ou ela tem a incumbência de resolver problemas do filme. Não foi o caso, a trilha integrou-se completamente ao O Filme dos Espíritos.

RIE – De que locais são as cenas principais?

André – As filmagens foram todas feitas em locações, não usamos estúdio em nenhum momento, filmamos em Cajazeira na Paraíba, e no estado de São Paulo as filmagens foram feitas em Atibaia, Ubatuba, Araçoiaba da Serra, Guarulhos, mas a maior parte do filme foi mesmo rodado em São Paulo. Podemos citar como as principais locações: a ponte das Bandeiras sobre o Rio Tietê, as Casas André Luiz, a cena da reunião mediúnica que foi filmada no buffet Open Hall em Guarulhos, as cenas do sertão cajazeireinse também emprestam poesia ao filme. E, por fim, todos os que assistirem ao filme entenderão a beleza de Deus em nossas vidas no trecho filmado em Ubatuba.

RIE – Como Diretor do filme, qual a percepção dos possíveis resultados da produção? Em termos de sensibilizar o público, especialmente.

André – As filmografias espíritas anteriores trouxeram grande contribuição para a divulgação espírita, O Filme dos Espíritos é o primeiro filme que fala da sociedade que vivemos e dos desafios que o Homem contemporâneo enfrenta. O filme começa denso, apresentando um grande drama, mas no desenrolar da película as coisas vão se ajeitando, o riso vai aparecer algumas vezes, o expectador sentirá durante o filme o amor que Jesus nos ensinou, certamente em alguns momentos mais intensos haverá um pouco de tensão e também romance. E ao final do filme, o que temos visto, entre as pessoas que assistiram à obra, é que todos saem da experiência profundamente gratos pelo dom da vida. Levem o lenço, as lágrimas vão rolar, mas serão lágrimas de esperança quanto ao futuro de nosso planeta escola.

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