terça-feira, 27 de março de 2012

A depressão é falta de Deus?

Dra. Giselle Fachetti Machado
(Blog Medicina e Espiritualidade)
Médica Ginecologista e Obstetra. Graduada pela Faculdade de Medicina da UFG e, Residência médica e especialização em Colposcopia no HC da UFMG. É responsável pelo Serviço de Colposcopia do Laboratório Atalaia de Goiânia. É membro da Comunidade Espírita Ramatís, em Goiânia e atuante no movimento em Defesa da Vida e na AME Goiás (Associação Médico Espírita).


As pesquisas científicas mais recentes são categóricas em afirmar que a fé religiosa interfere positivamente na capacidade de recuperação de um doente. Por outro lado, existem pessoas que atribuem à sua fé religiosa seu estado de saúde plena.
Sem dúvida, a fé é um recurso transformador da mente, porém, sem discernimento ela deságua no fanatismo e no preconceito, o que é sempre pernicioso. Os bens espirituais não são materiais ou físicos, por isso, as bênçãos divinas não podem ser medidas pelo sucesso financeiro ou pelo vigor físico de um indivíduo.

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Mateus 6:20
O que pretendemos discutir neste artigo é o outro lado da moeda. Será o doente um indivíduo sem fé, sem Deus? Será que o otimismo, o pensamento positivo, a boa vontade, a fé em Deus são suficientes para que tenhamos saúde?

Todas as doenças têm causas multifatoriais. Existe um componente físico, um emocional e outro espiritual. A conjunção dos três níveis de desequilíbrio é que abre as portas do organismo humano para a instalação de doenças.
Choca-me a forma recorrente e incisiva com que pessoas esclarecidas, atuantes dentro de comunidades religiosas as mais diversas, afirmam que para elas a depressão é falta de Deus. Como se se tratasse de uma questão de escolha. Chegam a cogitar que os medicamentos antidepressivos seriam os responsáveis pela doença. É lastimável que essa visão distorcida seja tão presente em nossa sociedade.
Trata-se de questão relevante, pois o doente com depressão tem ao seu lado, em sua família, pessoas com esse pensamento. O que resulta em um retardo no diagnóstico, prolonga o sofrimento do deprimido e, boicota seu tratamento. Essa visão se transfere ao doente e, ele sente-se ainda pior. Considera-se fraco, incapaz ou indolente.
As pessoas que assim pensam cometem vários erros do ponto de vista médico e, outros tantos do ponto de vista evangélico. Elas assim agem por interpretarem os sintomas dessa doença como puramente emocionais ou como falhas de caráter. Desconhecem os mistérios da mente em sua interação complexa envolvendo o universo biológico, emocional e espiritual.
O religioso precipitado julga o doente ignorando o verdadeiro mecanismo da sua doença, que é expressão de anomalia física e não de anomalia de caráter. Assim como o diabetes traduz a falta de insulina, a depressão reflete déficit de neuro-hormônios no cérebro.
Existe, logicamente, um intricado emaranhamento entre questões emocionais e o curso mais ou menos favorável dessa condição, como em qualquer outra situação de desequilíbrio orgânico.

Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor. I Coríntios 4:5

É interessante como a humanidade repete, incansavelmente, os mesmos erros de seu passado. Os Hansenianos contemporâneos de Jesus eram tidos como malditos e pecadores, como vítimas do castigo divino.
Sob o prisma da medicina sabemos que humor é uma função da mente regulada por neuro-hormonios. A pessoa com distúrbio do humor não está triste ou alegre. Ela está deprimida ou eufórica. Em medicina não são sinônimos, podemos ter uma pessoa deprimida e alegre e, uma pessoa em euforia e triste. A tristeza é um sentimento em reação a um fato exterior. A depressão não depende de cau sa externa, daí o termo depressão endógena.
Quando ocorre uma diminuição da produção de neuro-hormônios, especialmente da serotonina, ocorre alteração do humor no sentido da depressão. A euforia é mais rara e, associa-se a um distúrbio da mente mais severo conhecido como doença bipolar.
A depressão endógena, portanto, reflete déficit de neurotransmissores e a etiologia desse déficit por sua vez é multifatorial. A influência genética é bastante evidente. Trata-se de condição mais frequente na mulher em função da flutuação hormonal que ela sofre. A progesterona, hormônio da segunda fase do ciclo e, da gravidez, predispõe à depleção de serotonina, por isso a tendência feminina para alterações do humor na fase pré-menstrual.
Trata-se de doença com caráter cíclico e recorrente. Os episódios de depressão costumam ser longos durando entre seis meses e dois anos. Em suas formas graves pode levar a uma profunda apatia, sensação de intenso pesar que pode levar o deprimido até extremos como o do suicídio.
As formas leves muitas vezes são negligenciadas, pois tem manifestação algo diferente. A pessoa fica irritada, ansiosa, intolerante, pode desenvolver pânico ou comportamento obsessivo compulsivo. Mesmo em sua forma leve a depressão compromete bastante a qualidade de vida do seu portador, compromete ainda seus relacionamentos profissionais e pessoais. São pessoas tidas como chatas, arrogantes, perfeccionistas, intransigentes ou cheias de manias.
A Distimia é um distúrbio crônico do humor, uma forma mais leve da depressão endógena que se caracteriza por persistir por períodos maiores que dois anos e por manifestar-se com humor mais irritável do que depressivo.

Os exercícios físicos liberam endorfinas na corrente sanguínea as quais tem ação antidepressiva natural. O chocolate, fonte de triptofano, um precursor da serotonina, também tem ação antidepressiva. Atualmente existem medicamentos seletivos e seguros para o tratamento da depressão. São os antidepressivos, que não devem ser confundidos com sedativos, hipnóticos ou tranquilizantes. Estes últimos causam dependência química, o que não acontece com os medicamentos específicos para depressão.
Infelizmente, drogas ilícitas e lícitas, como o álcool, também têm algum efeito antidepressivo transitório. Isso leva, comumente, ao seu uso abusivo pelos doentes em função de um busca por alívio instantâneo do desconforto que os consomem, especialmente, naquelas pessoas que não se sabem ou não se admitem doentes.
Assim, o risco de desenvolvimento de dependência química entre os deprimidos é aumentado. Não é incomum que o diagnóstico de depressão endógena só seja feito após a instalação de uma dependência química, especialmente entre os adolescentes.
Os antidepressivos ainda que bastante eficientes devem ser associados a exercício físico e ao suporte emocional para que se obtenha um bom controle das crises depressivas. Tal medicação pode ser usada por extensos períodos, de acordo com a forma da doença e a necessidade de cada doente.
O suporte espiritual é também fundamental para o depressivo. Reduz a influência exterior negativa (obsessão) e, aumenta a capacidade de reagir à doença através da busca serena de soluções seguras.Quando afirmamos que a depressão é falta de Deus estamos julgando um doente como um simulador ou como um auto-agressor. Estamos julgando o doente como fraco e, sem vontade. E pior, como distante de Deus. Quantos enganos em relação ao Evangelho do Cristo? Ele, o Cristo, nos conclama a não julgarmos, a sermos compassivos e misericordiosos.

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Mateus 5:7

Todas as doenças enfrentadas com o auxílio divino são mais leves e tornam-se instrumento de educação do espírito encarnado. Tendo fé a nossa dor tem um sentido, faz parte de um conjunto de bênçãos do criador em favor de nossa evolução rumo aos paramos celestiais. Com fé lutaremos pela vida e pela disposição, sem revolta e com inteligência.
Tendo fé usaremos todas as armas terapêuticas em nosso benefício e pelo tempo necessário conforme essa necessidade se imponha. Caso não precisemos de medicação, usaremos apenas os exercícios físicos e o apoio emocional como alternativa suficiente, já que múltiplos são os tratamentos eficazes em relação a essa doença.
A premissa que depressão é falta do que fazer, falta de Deus, chilique... É desinformada e cruel. A informação sobre essa condição permitirá que pessoas saudáveis acolham respeitosamente as necessidades dos doentes com os quais convivem.
E, para finalizarmos, levantamos uma evidência óbvia de que a depressão não tem como causa, em hipótese alguma, a falta de Deus: os índices dessa doença são semelhantes entre ateus e teístas.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Agnaldo Paviani e o Espírito Klaus

Fonte:
Centro Espírita Casa de Redenção Joanna de Ângelis
(http://cejoannadeangelis.org.br)
Extratos de entrevista cedida em setembro de 2010



Agnaldo Paviani:
"Eu diria que Klaus é um espírito difícil de trabalhar. Ele é muito exigente. Vou dar um exemplo para não dizerem que estou exagerando. Recentemente eu disse a ele:
— Klaus, eu não ando bem de saúde, uma dor aqui, uma dor acolá; não dá pra você pedir a uns guias, amigos seus, um passe especial, um tratamento pra mim?
Aí ele me disse:
— Meu filho, imagine que você vai comprar um carro e só tenha R$3.000,00. Que carro o senhor vai comprar?
— Com 3.000,00! Um Gol, ou um Fusca caindo aos pedaços, e olhe lá! Respondi.
Ele disse:
— Pois é. Quando o senhor foi reencarnar, o senhor só tinha R$3.000,00.
Ele tem esse humor, mas é um espírito bastante rígido, até pelo trabalho que ele faz. Em nossa casa, nós temos um trabalho de cirurgia espiritual que ele faz através de mim, toda terça-feira, às seis da tarde. Ele atende todas as pessoas que estão lá, todos os pacientes. Ele fica incorporado até meia noite, meia noite e meia, e atende uma média de 150, 160 pessoas toda terça-feira. Em um trabalho desses, é preciso uma organização, uma disciplina, uma postura ética. Mas eu tenho um prazer muito grande em trabalhar com o Klaus. Ele tem me ensinado muito, dentro dessa postura rígida.
Ele tem dois livros escritos: Falando Francamente e a sua continuação, A Hora da Verdade. Ele supervisionou o livro Não Há mais Tempo, que eu não sei se vocês conhecem. É um livro também excelente, com a fala de vários espíritos. São várias dissertações, inclusive do espírito Haniere."


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"Um dia eu perguntei ao Klaus:
— O Espiritismo está centrado na reforma íntima do ser humano, mas aqui, na nossa casa, nós temos atendimento em maca, cirurgia espiritual, atendimento de pai velho, apometria. Não estamos fugindo um pouco à proposta do Espiritismo?
E ele me respondeu com uma imagem simbólica que eu achei maravilhosa e nunca mais esqueci. Ele disse:
— Meu filho, imagine que você está na sua casa, um dia, meia noite, uma hora, e lhe dá uma dor de estômago, um mal estar, e você precisa ir para o pronto-socorro. O que é que eles vão fazer com você lá?
— Ora, simples! Eles vão fazer uma ficha, vão pegar o meu nome, eu vou ficar numa sala de espera, e daí a algum tempo algum médico plantonista vai me atender.
— Muito bem! E se chegar ao pronto-socorro uma pessoa que sofreu um acidente e que está com traumatismo craniano, baço perfurado e hemorragia interna? O atendimento vai ser o mesmo?
— Não. Ele vai direto para a sala de cirurgia e vão tentar salvar a vida. Depois eles vão ver quem é, vão fazer a ficha.
— Muito bem! As pessoas que chegam ao centro estão cansadas. Elas estão sofridas. São pessoas com depressão, angustiadas, e esse socorro que a gente oferta, do tratamento em massa, da cirurgia espiritual, é tratamento de emergência. É o tratamento para quem chega em estado grave. Posteriormente nós vamos falar da importância da doutrina, da necessidade do Espiritismo para que a própria pessoa possa se curar.

Algumas pessoas chegam aos centros falando que estão passando mal e logo um dono da verdade diz: Leia no Livro dos Espíritos a questão tal. Ora! Naquele momento não interessa o que Kardec disse. Nós temos que saber qual o problema da pessoa dentro da nossa realidade. Ela está à beira de um suicídio, a ponto de matar alguém. Ela precisa se sentir amada, precisa sentir afeto. Depois nós passamos a Doutrina Espírita para ela. As casas espíritas precisam pensar nesse sentido."

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"Os guias adoram deixar a gente atormentado. Eu odeio viajar de avião e uma vez eu perguntei a Klaus, incorporado em outro médium:
— Está na minha programação encarnatória alguma coisa com acidente de avião?
E ele respondeu:
— Não, meu filho, não tem nenhuma programação neste sentido.
— Graças a Deus!
— Mas se você estiver no aeroporto errado, no voo errado..."



terça-feira, 13 de março de 2012

Nova novela das seis aborda o Espiritismo

Fonte: Terra e TvTudo

Pela primeira vez, a Globo exibirá uma novela que tem parte de sua trama rodada no Pará. A partir de segunda-feira, 5 de março, Amor Eterno Amor, a nova novela das seis, começa a contar a história de Carlos (Gabriel Braga Nunes), um domador de búfalos da Ilha de Marajó, que foi sequestrado aos três anos de sua família biológica. Para sua verdadeira mãe, Verbena (Ana Lúcia Torre), Carlos é Rodrigo.

Para levar ao ar Amor Eterno Amor, a equipe da novela viajou para Carrancas (MG), onde as cenas da infância de Carlos foram gravadas. A região é tomada por cachoeiras e belas paisagens que serviram de inspiração à história. O elenco passou também 20 dias no Pará para rodar cenas em Alter do Chão, Soure e Belém.

Além da ambientação na região Norte do Brasil, a trama da novela terá como pano de fundo o espiritismo. A personagem Verbena terá uma relação muito grande com a doutrina.



Ana Lúcia Torres “Tenho uma relação muito forte com o espiritismo”


A atriz, que vive a personagem Verbena, mãe que luta por encontrar o filho desaparecido, disse ao O Fuxico que sente-se honrada com a personagem.

“O meu papel relata claramente este mundo espiritual. O público verá a coragem de uma mãe, e até onde o amor pode chegar. A Verbena luta com a saudade e uma eterna busca pelo seu filho. Quantas mulheres não passam por isso e continuam procurando, buscando, tendo no coração que um filho não se perde ele está vivo em algum lugar sabendo que ele ira voltar?”, questiona.

Para a atriz, que segue a religião espírita, será importante mostrar ao público essa vertente religiosa e, ao mesmo tempo, assumir uma responsabilidade diante de um assunto delicado.

”Sou espírita e aos 5 anos de idade fiquei doente, desmaiava toda segunda-feira, até que uma vizinha falou para eu tomar um passe. Eu nunca mais tive problema. Só melhorei quando meus pais me levaram ao centro espírita e até hoje eu frequento. Por isso, tenho uma relação muito forte com o espiritismo e ter esta espiritualidade, diante deste papel, tem um peso e uma responsabilidade imensa. Aprendi que ninguém é metade de ninguém. Todo mundo é único esse é o verdadeiro amor”, avalia.


Cássia Kiss


"Da água para o vinho". É assim que pode se classificar a mudança de personagem de Cássia Kiss. Afinal, a atriz, que recentemente viveu a doce e sofrida Dulce, em Morde & Assopra, agora interpreta a vilã Melissa, em Amor Eterno Amor.

A atriz disse que adora atuar em novelas que tratam do tema espiritismo. "Já frequentei centros espíritas e nunca vou me esquecer de uma situação que me aconteceu, pois eu ouvi: 'prepare-se, seu céu vai se encher de azul'. E logo eu conheci meu marido. Portanto eu acredito em tudo e respeito tudo", se emocionou Cássia.


"Espero apanhar na rua", diz Carmo Dalla Vecchia sobre novela


"É um vilão que só usa terno, mas usa piercing na orelha, para dar uma coisa mais radical. É diferente", contou. "Estou preparado para tomar muita bolsada", afirmou o ator, que assistiu aos filmes de Alfred Hitchcock para compor o personagem.

"Ele é super antenado com a tecnologia. Os textos da Elizabeth Jhin (autora) para o personagem são geniais", opiniou. "Espero que o antagonista supere as expectativas dela", completou.

Budista há 15 anos, o ator disse estar feliz com a temática espírita da novela. "Acredito no espiritismo e acho que tem tudo a ver com o budismo. Estou adorando fazer exatamente por isso".


Carolina Kasting vive psicóloga espiritualizada


A atriz dá vida a uma psicóloga que utiliza em seus pacientes a técnica de regressão, processo espontâneo ou induzido que permite relembrar, compreender e integrar experiências marcantes vividas por qualquer pessoa nesta ou em outra vida. Na visão de Carolina, a personagem é uma pessoa bastante evoluída e que procura apenas as coisas boas. "Ela é muito espiritualizada. E procura respostas para seus pacientes que vão além da medicina tradicional", explica a atriz.

Segundo a atriz, independente da crença de cada um, a fé é muito forte entre os brasileiros. Batizada na Igreja Católica, Carolina confessa que não é praticante e prefere não seguir dogmas de nenhuma religião específica. "Tenho a minha fé particular e não está baseada em nenhuma religião. Acredito em Deus, sou uma pessoa espiritualizada, mas não sigo nenhuma regra ou doutrina específica", comenta.

Neta de kardecista, Carolina não havia tido nenhuma relação com o espiritismo até ser convidada para a novela, quando passou a ler livros sobre psicologia social, hipnose e assistir depoimentos de pessoas que fizeram a técnica de regressão. "Eu nunca fiz uma terapia desse tipo. Mas, descobri que estamos trabalhando em algo bem científico. Não se trata de um fenômeno inexplicável", revela a atriz. De acordo com Carolina, o processo é um passo para o autodescobrimento e o conhecimento da vida. Mas a atriz garante que, no momento, não vê a necessidade de fazer alguma terapia de regressão. "Faria algum dia, mas não procuro isso agora na minha vida. Estou em outro processo. Tenho as minhas particularidades", confessa.

Na história, Beatriz irá se envolver com Gabriel, personagem de Felipe Camargo, que duvida da técnica de regressão a vidas passadas. Os dois vivem um conflito de questionamento entre o espiritualismo e o ceticismo. "Eles trazem essa discussão de acreditar apenas no corpóreo ou nesse mundo invisível. Essa dualidade dos dois vai bater muito de frente. Mesmo com convicções tão diferentes, os dois vão se amar intensamente", ressalta.