Por Tiago Navarro
Outro dia me fizeram esta pergunta, e confesso que não soube o que responder; pensei em várias coisas, analisei vários aspectos, mas nada julguei coerente para aquela situação. Primeiro, o contexto da indagação – quando a outra pessoa tem uma forma de pensar próxima da minha, ou quando possui um credo semelhante ao meu, com certeza é extremamente favorável dar-lhe algum consolo; segundo, e não menos importante, é bem provável que a pessoa não quisesse um aconselhamento, talvez quisesse apenas ser escutada.
Achei por bem considerar a segunda possibilidade – a pessoa queria ser ouvida. Tenho notado a crescente quantidade de pessoas que estão ansiando por “ouvidos de ouvir”, saca, aquele “ombro amigo” de fato, com todas as letras, que não questione as nossas resoluções, nem diminua nossas autorregulações. Deve ser por isso que nas rodas de amigos, nas conversas informais nas mesas de bares, e até nos “hoje vai chover” dos elevadores, 2/3 das pessoas comentem estarem frequentando consultórios de psicanalistas, psicoterapeutas, terapeutas, ashrams budistas e/ou hinduístas, casas espiritas, igrejas das mais diversas denominações ou até mesmo compartilhando suas vivências com amigos das redes sociais, ou aquelas páginas de buscadores/despertadores do Instagram, enfim, qualquer meio que possibilite alguma abertura para atender essa demanda.
Voltando à questão do contexto, na hora pensei no caso das pessoas que vivenciam terríveis humilhações no ambiente de trabalho, que sofrem verdadeiras degradações morais por parte de seus patrões, e que, em vários momentos não recebem qualquer tipo de suporte para perceber a situação, ou para se desvencilhar dessas ocorrências; também pensei nos casos de relacionamentos abusivos, onde a humilhação por uma presunção de superioridade, de gênero, de condição financeira, de crença religiosa, ou qualquer outra identificação limitante, tem uma ocorrência assustadora, e quase sempre com desfechos aterrorizantes; quando não por relações mal construídas, por relações que se encontram mal “regulamentadas” ou com percepções distorcidas entre os envolvidos – onde um acredita estar em um relacionamento, ou algo que se aparente como tal, e o outro acredita não estar integrando nenhum tipo de relacionamento; é, as vezes, difícil termos esta consciência de como as coisas são percebidas pelo outro; e com isso, nos conduzimos, e conduzimos as outras pessoas à situações, de um todo indesejável.
Sim, não acredito que coisas assim sejam totalmente premeditadas; acredito que são crenças, ou percepções um tanto quanto limitadas na abrangência dos fatos. Seria algo, do tipo, a minha visão de mim mesmo está confinada a olhar a minha rua pela janela da minha casa, e por isso, eu acredito que isto é a totalidade do que posso entender, através dos meus cinco sentidos, a minha percepção do todo. Então, um dia, recebo um convite para sair de casa, e então percebo que pertenço a algo chamada “rua”, a algo chamado “bairro”, e se tiver muita sorte consigo descobrir que as ruas e bairros fazem parte de algo ainda maior – “a cidade”. Enquanto me mantiver circunscrito à essa visão pequena do meu ser, tratarei o próximo da única maneira que conheço, negando a existência de outras ideias, visões, fatos, relatos, e só aceitando o que me é tangível, real e verdadeiro.
Portanto, se pudesse responder agora, mesmo atrasado, lhe diria isso:
Outro dia me fizeram esta pergunta, e confesso que não soube o que responder; pensei em várias coisas, analisei vários aspectos, mas nada julguei coerente para aquela situação. Primeiro, o contexto da indagação – quando a outra pessoa tem uma forma de pensar próxima da minha, ou quando possui um credo semelhante ao meu, com certeza é extremamente favorável dar-lhe algum consolo; segundo, e não menos importante, é bem provável que a pessoa não quisesse um aconselhamento, talvez quisesse apenas ser escutada.
Achei por bem considerar a segunda possibilidade – a pessoa queria ser ouvida. Tenho notado a crescente quantidade de pessoas que estão ansiando por “ouvidos de ouvir”, saca, aquele “ombro amigo” de fato, com todas as letras, que não questione as nossas resoluções, nem diminua nossas autorregulações. Deve ser por isso que nas rodas de amigos, nas conversas informais nas mesas de bares, e até nos “hoje vai chover” dos elevadores, 2/3 das pessoas comentem estarem frequentando consultórios de psicanalistas, psicoterapeutas, terapeutas, ashrams budistas e/ou hinduístas, casas espiritas, igrejas das mais diversas denominações ou até mesmo compartilhando suas vivências com amigos das redes sociais, ou aquelas páginas de buscadores/despertadores do Instagram, enfim, qualquer meio que possibilite alguma abertura para atender essa demanda.
Voltando à questão do contexto, na hora pensei no caso das pessoas que vivenciam terríveis humilhações no ambiente de trabalho, que sofrem verdadeiras degradações morais por parte de seus patrões, e que, em vários momentos não recebem qualquer tipo de suporte para perceber a situação, ou para se desvencilhar dessas ocorrências; também pensei nos casos de relacionamentos abusivos, onde a humilhação por uma presunção de superioridade, de gênero, de condição financeira, de crença religiosa, ou qualquer outra identificação limitante, tem uma ocorrência assustadora, e quase sempre com desfechos aterrorizantes; quando não por relações mal construídas, por relações que se encontram mal “regulamentadas” ou com percepções distorcidas entre os envolvidos – onde um acredita estar em um relacionamento, ou algo que se aparente como tal, e o outro acredita não estar integrando nenhum tipo de relacionamento; é, as vezes, difícil termos esta consciência de como as coisas são percebidas pelo outro; e com isso, nos conduzimos, e conduzimos as outras pessoas à situações, de um todo indesejável.
Sim, não acredito que coisas assim sejam totalmente premeditadas; acredito que são crenças, ou percepções um tanto quanto limitadas na abrangência dos fatos. Seria algo, do tipo, a minha visão de mim mesmo está confinada a olhar a minha rua pela janela da minha casa, e por isso, eu acredito que isto é a totalidade do que posso entender, através dos meus cinco sentidos, a minha percepção do todo. Então, um dia, recebo um convite para sair de casa, e então percebo que pertenço a algo chamada “rua”, a algo chamado “bairro”, e se tiver muita sorte consigo descobrir que as ruas e bairros fazem parte de algo ainda maior – “a cidade”. Enquanto me mantiver circunscrito à essa visão pequena do meu ser, tratarei o próximo da única maneira que conheço, negando a existência de outras ideias, visões, fatos, relatos, e só aceitando o que me é tangível, real e verdadeiro.
Portanto, se pudesse responder agora, mesmo atrasado, lhe diria isso:
O momento pode ser difícil, o fardo da situação pode ser extremamente pesado, mas saiba, que ainda assim, há um caminho para sair desse labirinto.
Como quem te agride, te agride por ainda ter uma visão limitada de si mesmo, você tem se agredido por – inconscientemente – compartilhar da mesma cegueira (mesmo te incomodando muito sofrer todo esse sofrimento).
No momento que você perceber que – o que você é ou que você acredita estar destinada vir a ser – não é isso (a sensação de não ser mais humano), ou que esta pessoa que você tem visto em frente ao espelho ao longo de todo esse tempo, não te representa, é sinal que você recebeu o convite para dar uma volta em torno da sua situação.
Você perceberá que há outras coisas ao seu redor, outras possibilidades, outras pessoas, outras circunstancias, e que tudo isso possui belezas próprias, e momentos justos de se manifestarem.
E por fim, deixo contigo um trecho de uma mensagem de Emmanuel por Chico Xavier,
“... guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. ”
Obrigado Tiago.
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