terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A Disciplina do Pensamento e a Reforma do Caráter


Extraido de Leon Denis



Somos o que pensamos, com a condição de pensarmos com força, vontade e persistência. Pensamos raras vezes por nós mesmos, refletimos os mil pensamentos incoerentes do meio em que vivemos. Poucos sabem viver do próprio pensamento, nesse grande reservatório de inspirações que cada um traz consigo, mas que a maior parte ignora. Por isso criam um invólucro povoado das mais disparatas formas. Seu Espírito é como uma habitação franca a todos os que passam. Os raios do bem e as forças do mal lá se confundem, num caos perpétuo. E o combate incessante da paixão e do dever em que, quase sempre a paixão sai vitoriosa. Primeiro que tudo, é preciso aprender a fiscalizar os pensamentos, a diciplina-los, a imprimir-lhes uma direção determinada, um fim nobre e digno.A fiscalização dos pensamentos implica a fiscalização dos atos, por que, se uns são bons, os outros ser-lo-ão igualmente, e todo o nosso procedimento achar-se-á regulado por uma concatenação harmônica. Ao passo que, se  nossos atos são bons e nossos pensamentos maus, apenas haverá uma falsa aparência do bem e continuaremos a trazer em nós um foco malfazejo, cujas as influências, mais cedo ou mais tarde, derramarão fatalmente sobre nossa vida. Não há progresso possível sem observação atenta de nós mesmos.É necessário vigiar todos os nossos atos impulsivos para chegarmos a saber em que sentido devemos dirigir nossos esforços para nos aperfeiçoarmos.Não basta crer e saber, é necessário viver nossa crença, isto é, fazer penetrar na prática diária da vida os princípios superiores que adotamos. É necessário habituarmo-nos a comungar pelo pensamento e pelo coração com os Espíritos eminentes que foram os reveladores, com todas as almas de escola que serviram de guias à humanidade, viver com eles numa intimidade quotidiana, inspirarmos em suas vistas e sentir sua influência pela percepção íntima que nossas relações com o mundo invisível desenvolve.Entre essas grandes almas é bom escolher uma como exemplo, a mais digna de nossa admiração e, em todas as circunstâncias difíceis, em todos os casos em que nossa consciência oscila entre dois partidos a tomar, inquirimos o que ela teria resolvido e procedermos no mesmo sentido. Assim, pouco a pouco, iremos construindo, de acordo com esse modelo, um ideal moral que se refletirá em todos os nossos atos. Todo homem, na humilde realidade de cada dia, pode ir modelando uma consciência sublime. A obra é vagarosa e difícil, mas, por isso são nos dado os séculos.É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para um alvo determinado. Aprendamos, pois, a servimos de nossa vontade e por ela, a unir nossos pensamentos a tudo o que é grande, à harmonia universal cujas as vibrações enchem o espaço e embalam os mundos. A vontade, confiança e o otimismo são outras tantas forças preservadoras, outros tantos baluartes opostos em nós a toda causa de desassossego, de perturbação interna e externa. Bastam, às vezes por si sós, para desfiar o mal; ao passo que o desânimo, o medo e o mau humor nos desarmam e  entregam a ele sem defesa. O labor educativo, por isso mesmo, impõe incessantes contribuições, exigindo valiosos investimentos de sacrifícios a benefício do conjunto. Equilíbrio e educação portanto em qualquer circunstância a partir da vontade constante, como sinal de vitória sobre as paixões e de renovação na luta.

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