segunda-feira, 7 de março de 2011

Paulo Goulart diz que “Representar é a arte de saber ouvir”

(Diário de Marília, 06-03-2011)
“Nicette Bruno”. A cada três ou quatro respostas, o ator Paulo Goulart, 78, cita o nome da mulher, também de 78 anos, na conversa que teve com a reportagem. No último sábado, o casal completou 57 anos de união. Paulo e Nicette não se separam nem na hora de trabalhar. Em casa, ensaiam e estudam os textos juntos. Mas, apesar do rótulo de família ideal que os Goulart carregam - eles têm três filhos, a atriz Beth Goulart, 50, a produtora Bárbara Bruno, 54, e o bailarino Paulo Goulart Filho, 46 -, o chefe do clã diz que eles também brigam. Nesses momentos, é no espiritismo que encontram o equilíbrio.
- Não conseguimos falar antes porque você teve de ir às pressas ao Rio de Janeiro...
P. G. - Eu tive uma palestra sobre a história da telenovela, com a Nicette. Mas também vim gravar “Morde & Assopra” (próxima novela das sete da Globo). Como nasci em fazenda, no interior de Ribeirão Preto, estou gostando muito de estar lidando com esse universo. Na novela, eu sou o Eliseu, médico de uma cidade interiorana. Mas com a internet nem existe mais essa coisa de interior, né?
- É essa sua calma a razão da família Goulart nunca ter tido o nome envolvido em escândalos?
P. G. - Então, numa família você tem seus conceitos básicos de vida, suas essências. Eu e a Nicette sempre nos respeitamos muito. Sempre. Nas decisões finais, cada um tem sua individualidade. Viver é isso, buscar o prazer.
- Nesses 57 anos de casamento, vocês nunca brigaram feio?
P. G. - A Nicette está aqui do lado, só rindo. Claro que já tivemos brigas. Minha filha, nós somos normais. Mas nunca tivemos crises que disséssemos que iríamos sair de casa. Há crises que você faz bico e no dia seguinte conversa com calma. Acho que temos um olhar positivo sobre a vida. Mas ninguém é igual a ninguém, meu anjo. Por isso, a impressão digital é uma das coisas mais extraordinárias.
- Em 1988, vocês lançaram um livro de culinária. O que vocês gostam de cozinhar em casa?
P. G. - O meu pé na culinária é mais da cozinha rápida. Mas no livro tem tudo dos nossos almoços de domingo. Tem história de bacalhoada, cozido, molho da mamãe. A hora em que você não tiver nenhum assunto, abre meu livrinho e vê qual a melhor forma de amolecer uma carne (risos).

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