terça-feira, 8 de março de 2011

Quem pranta, cói

Bom texto escrito por Darcilene Pereira,  para o Barbacena On Line:
 
Ontem finalmente assisti ao filme Nosso Lar. Ele levanta questões acerca do sentido do trabalho justo e dignificante e da lei da ação e reação, a que todos os espíritos, segundo o espiritismo, estariam submetidos.
Independentemente da nossa convicção religiosa - e eu sou católica - há duas mensagens importantes: a da prática do bem ( que é inerente a todas as religiões), e a da lei da ação e reação - ou “do aqui se faz, aqui se paga”, como dizem alguns.
Tenho a lei da ação e reação como certa. Uma assistida minha atribui a ela outra frase, bem mais simples, e que na sua simplicidade diz tudo : “ quem pranta, cói, Dra. Darcilene ! Quem pranta feijão não cói laranja; e quem pranta abacaxi não cói melancia! A gente cói o que a gente pranta!”. Eu não só concordo plenamente como repito essa frase pra todos os meus assistidos da Defensoria Pública. Sou mais sucinta às vezes: quem pranta, cói.
Os ponteiros do relógio da nossa vida, na verdade, giram numa cadência só ( ledo engano pensar que eles estão mais lentos ou mais rápidos. Aqui ou lá na China, um minuto tem exatamente 60 segundos)... cabe a nós criarmos um ritmo para as nossas tarefas pensando no hoje – sem perder de vista a possibilidade de chegarmos no amanhã. Quanto ao ontem, podem esquecer. O ontem, genericamente falando, é o tempo que acabou de passar; e não necessariamente o dia de ontem. Eis um exemplo: até chegar nesse ponto do texto gastei uns cinco minutos e você, talvez, apenas um. E nem um, nem dois minutos, nada,  absolutamente nada no que tange ao tempo, volta atrás. Então, que o ontem nos sirva de lição, porque lá não nos é permitido alterar nada. Está feito.
Alguém disse que há quatro coisas que não podemos recuperar: a pedra, depois de atirada; a palavra depois de proferida; a ocasião, depois de perdida, o tempo, depois de passado.
Penso que todos nós somos grandes canetas ambulantes. Isso quer dizer que nós estamos escrevendo, a todo instante, histórias no livro da nossa vida. Lá na frente vamos ler as linhas, os parágrafos e os nossos textos. E, ora, se somos nós quem escrevemos as linhas da nossa vida, por que inserimos nelas passagens que não são boas?
E em sendo nós, grandes canetas ambulantes – e pensantes, graças a Deus, escrever linhas melhores é possível; reeditarmos algumas situações também. É pegar ou largar. Para uns o tempo é curto, para outros, longo demais. Eu fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele. Se o tic-tac avança cadenciada e impiedosamente, temos que ser felizes agora.

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