quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O meu filho vê espíritos


Outubro 13, www.jornaldascaldas.com, Portugal

Por José Lucas 

   

"I see dead people"
Joana tem 15 anos. Apareceu no Centro Espírita onde colaboro. Vinha nervosa, afinal era a 1ª vez que ia a um Centro Espírita e, nem o facto de ir com uma amiga mais velha a tranquilizava. Assistiu à palestra da noite, sentiu-se mais à vontade pois o ambiente era alegre, brincalhão embora sério e, tratavam-se os assuntos do quotidiano à luz da Doutrina Espírita (que não é mais uma seita nem mais uma religião). No fim da palestra foi ao passe espírita (tratamento fluídico com imposição das mãos) e sentiu-se melhor.

Posteriormente, quis falar connosco em privado. Expôs o seu assunto. Tinha visões já desde pequena, mas ultimamente essas visões têm sido mais recorrentes. Via Espíritos, isto é, pessoas que já tinham largado o corpo de carne pelo fenómeno natural da morte e que estão tão vivos quanto nós, só que noutra dimensão existencial. Queria saber como resolver o “problema”. O irmão, com quatro anos de idade, também vê os mesmos Espíritos, ao que a mãe retruca dizendo que é tudo mentira. Confusão total na cabeça do miúdo: por um lado vê uma realidade, por outro a mãe diz que não existe.

Lá explicámos à Joana que a percepção extra-sensorial (ou mediunidade) é apenas um 6º sentido que todos possuímos. Na maioria das pessoas, está adormecido. Noutras, esse sentido está a desabrochar e, em algumas pessoas esse 6º sentido está desenvolvido (os chamados médiuns). Explicámos que ter mediunidade é como ter visão, olfacto, tacto, audição e gosto. Fizemos um paralelismo: se porventura fosse cega de nascença e, aos 15 anos, de repente, começasse a ver no meio da rua, essa nova característica (visão) normal para quase todos nós, seria um problema pois não saberia quais as cores, como lidar com a luz do sol etc.

Diria que ver era um problema, enquanto que os demais, habituados a ver desde pequenos, diriam o oposto: “que não, que ver é óptimo e é muito fácil”.

Assim se passa com a mediunidade: quando começa a desabrochar, não sabemos lidar com ela, ficamos intrigados e por vezes com alguns contratempos. Mas, após a aprendizagem, o médium (pessoa que capta o mundo extra-físico) leva uma vida perfeitamente normal.

A solução passa por aprender a lidar com essa nova faculdade, e na nossa óptica não conhecemos melhor caminho do que começar a frequentar um Centro Espírita, integrar-se num grupo de estudo (Curso Básico de Espiritismo ou outros), ler e estudar os livros de Allan Kardec (o pesquisador dos factos espíritas), entre outros hábitos, como a leitura diária de um livro espírita, meditação e oração.

Joana ficou mais aliviada, sentia-se normal, afinal havia outras pessoas como ela, que tinham a mesma percepção. Foi um alívio: “Afinal não estou maluca…” .


A mediunidade (ou percepção extra-sensorial) é uma faculdade tão natural como ver ouvir, falar, e carece de ser orientada num Centro Espírita



Ficou de voltar e frequentar o Centro Espírita (que é uma escola do Espírito), aprender.

A moderna Psiquiatria já alerta os médicos para este facto, para que as pessoas que apareçam nos consultórios com visões, audição de vozes que mais ninguém houve, não sejam taxadas de loucas (como outrora), mas que isso pode reflectir um estado cultural (é a admissão antropológica da mediunidade por parte da ciência médica).

Allan Kardec, no livro “A Génese” referia as crianças da Nova Era (o prelúdio da transição do planeta Terra para um grau superior) que voltariam para dar um novo impulso evolutivo à Terra.

No Novo Testamento, em Actos, 2:17, podemos encontrar a referência de que no fim dos tempos (não significa o fim do mundo, mas sim o fim de um ciclo, uma fase de transição para melhor) “…E os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos”.

A mediunidade (ou percepção extra-sensorial) é uma faculdade do ser humano que cada vez mais adentra a casa do rico, do pobre, do branco, do negro, do instruído e do pouco instruído, para que assim a espiritualidade se torne perceptível a toda a humanidade e, não seja apenas pertença de um grupo de iniciados, de um grupo de padres ou dirigentes.

O Centro Espírita continua a ser esse portal para o entendimento de uma nova realidade, que catapultará inevitavelmente o ser humano de um nível existencial egóico para uma dimensão existencial mais fraterna, compreensiva, tolerante, nesta fase de transição, para que um dia se instale na Terra o “reino de Deus”, isto é, que sejamos um mundo mais evoluído, onde não haja mais fome nem guerras e, onde todos se auxiliarão e amarão como irmãos universais.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Doenças

De Viviane Mose

Muitas doenças que as pessoas têm
são poemas presos

abscessos, tumores, nódulos, pedras
são palavras calcificadas
poemas sem vazão
mesmo cravos pretos, espinhas,
cabelo encravado,
prisão de ventre,
poderiam um dia ter sido poema

pessoas às vezes adoecem de gostar de palavra presa
palavra boa é palavra líquida
escorrendo em estado de lágrima

lágrima é dor derretida
dor endurecida é tumor
lágrima é alegria derretida
alegria endurecida é tumor
lágrima é raiva derretida
raiva endurecida é tumor
lágrima é pessoa derretida
pessoa endurecida é tumor
tempo endurecido é tumor
tempo derretido é poema

palavra suor é melhor do que palavra cravo
que é melhor do que palavra catarro
que é melhor do que palavra bílis
que é melhor do que palavra ferida
que é melhor do que palavra nódulo
que nem chega perto da palavra tumores internos

palavra lágrima é melhor
palavra é melhor
é melhor poema

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Espíritos nos cinemas



diariodonordeste.globo.com 

Considerado o livro mais importante para os seguidores da doutrina espírita, "O Livro dos Espíritos" serviu como inspiração para o filme que estreia, sexta-feira, em circuito nacional 


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A produção foi concebida a partir de roteiros enviados
por realizadores de todo o Brasil.
Os escolhidos foram unidos por meio do
roteiro de André Marouço
"O filme traz narrativas absolutamente humanas, as pessoas se identificam de alguma forma. Existe uma trama principal e vários personagens contemporâneos, que tiveram e superaram dificuldades do cotidiano, homens e mulheres do século XXI que estão em grandes cidades e precisam lutar em cenários de difícil sobrevivência. É um filme que fala de depressão, mas também da cura da depressão; fala de alcoolismo e da cura do alcoolismo; fala da perda, mas também da conquista de um novo amor. É um filme para o ser que está encarnado nesse momento na Terra", conta André Marouço, um dos diretores do filme junto com Michel Dubret.

"O Filme dos Espíritos" é mais uma produção do boom do gênero transcendental, que começou há três anos, com a cinebiografia do médium cearense Bezerra de Menezes, dirigida por Joe Pimentel e Glauber Filho. Na sequência, vieram "Chico Xavier - O Filme" (2010), com direção de Daniel Filho; "Nosso Lar", também de 2010, dirigido e roteirizado por Wagner de Assis; e "As Mães de Chico Xavier", assinado por Glauber Filho e Halder Gomes, lançado em abril desse ano, por ocasião do encerramento das comemorações do centenário do médium mineiro Chico Xavier.

"Vejo a questão do cinema transcendental como algo que não nasceu no Brasil, a gente só vem se apropriando disso. Nasceu na meca do cinema, que é Hollywood, eles perceberam que havia espaço e que o ser humano está ávido por encontrar repostas existenciais acerca das questões espirituais. Isso redundou em sucessos como ´Gosth - Do outro lado da vida´, ´Sexto Sentido´, ´Amor além da vida´ e tantos outros. Era natural que o país com maior número de espíritas, que é o Brasil, nos dedicássemos a levar nossos conhecimentos acerca das questões espirituais também para a sétima arte", explica André. "É um gênero novo e acredito que, assim como existe drama, comédia, acho que vai ter o espiritualista, que é mais abrangente que o espírita. Porque o ser humano está ávido buscando respostas, e o cinema, por acessar a emoção, é uma ferramenta muito interessante para a propagação dessas ideias. Podemos citar como diferencial do ´Filme dos Espíritos´, levando em conta as outras telas anteriores, porque tivemos esse assunto na filmografia espírita brasileira".
Tanta movimentação em torno de um segmento que até pouco tempo atendia seu público e seguidores somente através da literatura, aliás, vasta, claro que chama muita atenção. Há quem não goste e tem quem ignore, mas que a vertente espiritualista difundida através da sétima arte tem público, ou devotos, assegurados, isso é inquestionável. De acordo com seus produtores, o gênero transcendental nesses três anos levou mais de oito milhões de espectadores aos cinemas brasileiros.

Produzido pela Mundo Maior Filmes, de São Paulo, e distribuído pela Paris Filmes, "O Filme dos Espíritos", dirigido por André Marouço e Michel Dubret, dramatiza a história do personagem Bruno Alves, interpretado pelo ator Reinaldo Rodrigues, que, aos 40 anos, perde a mulher, o emprego e se vê em profunda depressão e entrando pelas veredas do suicídio. A guinada na vida do protagonista se dá após encontrar "O Livro dos Espíritos" (Le Livre des Esprits), de 1860, considerada a Bíblia dos espíritas, escrita, ou psicografada, pelo francês Allan Kardec (Hippolyte Léon Denizard Rivail, 1804-1869). Daquele momento em diante, o personagem passa a encontrar respostas para seus dramas e medos e torna-se protagonista de sua própria descoberta como ser material e espiritual.

"A doutrina espírita tem uma espinha dorsal, onde se apoiam seus principais conceitos. Enigmas existenciais como quem é Deus, imortalidade da alma, dependência do espírito sobre a matéria, comunicação entre os mundos, e outras questões, tudo isso é muito bem explicado no filme. Mas a palavra espiritismo ou espírita não é citada uma única vez, porque não é objetivo do filme converter pessoas à doutrina espírita, mas, sim, educar quanto à questões espirituais na vida cotidiana", destaca Marouço.

Elenco do outro mundo

Quem novamente encarna um novo personagem transcendental são os atores Nelson Xavier, dessa vez, no papel do psiquiatra Levy, e a atriz Ana Rosa, que atuou em "Bezerra de Menezes" e "Chico Xavier". A novidade no elenco ficou por conta da participação especial, e estreia como atriz, da apresentadora e ex-modelo, Luciana Gimenez.

Outra peculiaridade foi a forma como se deu a preparação do roteiro de "O Filme dos Espíritos". A produtora Mundo Maior Filmes angariou cerca de 100 roteiros de estudantes de cinema e audiovisual de diversas regiões do Brasil. Desses, foram selecionados e produzidos oito trabalhos, sendo sete de São Paulo e um da Paraíba.

O trabalho finalizado rendeu um longa de uma hora e quarenta minutos de dramaturgias ideológicas, com locações e imagens externas captadas em Guarulhos, Atibaia, Ubatuba, Araçoiaba da Serra, todas essas cidades de São Paulo, e Cajazeiras, na Paraíba.

"O projeto teve dois momentos", explica André Marouço. "Em um deles chamamos jovens universitários ou recém formados, em cinema ou audiovisual, e recebemos inscrição do Brasil. Pedimos que escrevessem roteiros de curtas metragens que explicassem trechos do ´Livro dos Espíritos´, a primeira e principal obra espírita escrita até hoje. A segunda etapa do projeto foi a criação de um roteiro de longa-metragem, que teve a incumbência de reunir trechos desses curtas, daí o roteirista fui eu. Trabalhamos para incluir os curtas de tal forma que não ficasse uma colcha de retalhos, que desse linearidade e fluidez para a obra. Nossa opção não foi trabalhar em estúdio, mas em externas condizentes com a narrativa, com a história".

Outra novidade no cinema brasileiro espiritualista é a destinação de parte da renda do filme para construção de ambulatórios das Casas André Luiz, que dão assistência de saúde a pessoas portadoras de limitações físicas e psíquicas.

"As Casas André Luiz atendem hoje cerca de 1400 pessoas portadoras de deficiência intelectual e física e, com esse filme, esperamos abrir novas unidades ambulatoriais. As casas ficam em São Paulo e Guarulhos, mas atendem pessoas de diversas partes do Brasil, inclusive do Ceará", adianta André Marouço. "Sou gestor das duas unidades de negócios audiovisuais da Fundação Espírita André Luiz, ela é a responsável pela divulgação da doutrina espírita através do audiovisual, do rádio e dos livros. A Fundação é de 1990, tem 21 anos, mas as Casas são entidades com 62 anos de existência. A Fundação nasceu lá dentro. Mas, enfim, estamos muito felizes em ir lançar esse filme aí, no Ceará. Uma das coprodutoras (Estação Luz Filmes) é daí, temos grandes parceiros, como o Eduardo Girão, amigos com muito mais experiência que nós. A expectativa para o lançamento em Fortaleza é das melhores", diz André.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

45 lições que a vida me ensinou


Escrito por Regina Brett, The Plain Dealer, Cleveland, Ohio 
(ao contrário do que está correndo na internet brasileira, ela não tem 90 anos.... Ela tem 50. Este artigo é de 2006) 

"Para celebrar os meus 45 anos, escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi." 

1. A vida não é justa, mas ainda é boa. 

2. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno. 

3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém. 

4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato. 

5. Pague mensalmente seus cartões de crédito. 
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar. 

7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho. 
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso. 

9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.

11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente. 
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora. 

13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles. 
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele. 

15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca. 

16. Respire fundo. Isso acalma a mente. 

17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre. 
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte. 

19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais. 
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use roupa chic.  Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial. 

22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo. 

23. Seja excêntrico agora. Não espere pela velhice para vestir  roxo. 

24. O órgão sexual mais importante é o cérebro. 

25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.

26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?' 

27. Sempre escolha a vida. 

28. Perdoe tudo de todo mundo. 
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta. 

30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.

31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará. 

32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso

33. Acredite em milagres. 

34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez. 

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora. 

36. Envelhecer ganha da alternativa – morrer jovem. 

37. Suas crianças têm apenas uma infância. 

38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou. 
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares. 

40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta. 

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa. 

42. O melhor ainda está por vir. 

43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça. 

44. Produza! 

45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente. 

rbrett@plaind.com, 216-999-6328