quarta-feira, 6 de maio de 2015

Hermínio C. Miranda: Muita saudade!


Em 08 de julho de 2013, desencarnou um dos maiores pesquisadores e escritores espíritas do Brasil, deixando uma grande lacuna no Espiritismo nacional. Nosso grupo sonhava um dia conhecê-lo pessoalmente. Em 2011, tentamos trazê-lo para a Bahia em um evento sobre a mediunidade. Seu e-mail de resposta nos emocionou profundamente pela humildade e pela atenção dada a um grupo pequeno como o nosso:

"Estimados confrades e confreiras, amigos e amigas de sempre:

O generoso convite de vocês inunda meu coração de gratidão e de emoções.

É muito – muito mesmo – difícil dizer-lhes que não tenho realmente condições físicas de comparecer ao nobre evento que vocês planejaram. Foram-se os tempos em que frequentava a Bahia com certa assiduidade, por prazer e por dever profissional.

Eu trabalhava na CSN e controlava as sete subsidiárias da empresa. A da Bahia era a Opalma, que produzia o dendê de que necessitávamos para laminar o aço, em Volta Redonda, onde, aliás, eu nasci, em 1920.

Aproveitava essas valiosas oportunidades para estar com nosso querido Divaldo e sua equipe, tanto ainda na Baixa, como, depois, no Pau da Lima. Quanta saudade!

Agora – façam as contas – já passei pelos 91 anos e as mazelas naturais da idade me impõem limitações que não tenho como ignorar.

O velho coração já foi “consertado” com pontes de safena e marca-passo. Estou vivendo tempo emprestado, creio que já por conta da próxima existência, quando para aqui tiver de voltar, a fim de consertar os defeitos do espírito, ainda imperfeito.

Com alguma dificuldade, consigo ainda, escrever um ou outro artigo e manter a correspondência em dia, tanto quanto me é possível,. É uma benção ter tantos leitores e leitoras, como vocês, que encontram em meus escritos uma palavra de consolo, estímulo e informação.  

Que mais poderia eu, modesto escriba, desejar?

Aceitem, pois, meu muito afetuoso abraço coletivo de gratidão.

Estejam certos de que aí estarei em pensamento para aprender com os expositores o que ainda me falta e que é muito.

Maurice Maeterlink escreveu certa vez; “O que ignoramos daria para encher bibliotecas e o que sabemos não dá para prorrogar por alguns segundos, a vida de uma mosca.”    

Deus os abençoe pela honra e a alegria que me concedem.


Hermínio C. Miranda,  Rio, 07-06-2011



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