quinta-feira, 31 de março de 2011

Chico Xavier experimentou alucinógeno auxiliado por espírito, diz livro

da Livraria da Folha

Biografia editada em 2003 entra na lista dos livros mais vendidos Segundo o livro "As Vidas de Chico Xavier" (Planeta, 2003), escrito pelo jornalista Marcel Souto Maior, o médium mineiro (1910-2002) decidiu experimentar ácido lisérgico e recebeu apoio de Emmanuel, seu guia espiritual. Essa particularidade de sua biografia não aparece no filme.
A escolha de provar a droga tinha um sentido: Chico se sentia extremamente pessimista e deprimido. Ele acreditava atrair espíritos inferiores que provocavam diversos males aos seus familiares e amigos. Sua companhia acarretava em sofrimento para os outros.
Solitário e angustiado, pediu auxílio à virgem Maria, mãe de Jesus. Dias depois recebeu uma frase consoladora, mas o efeito foi passageiro. Por conta desse estado irreversível de tristeza, apelou para o alucinógeno, droga que se tornaria popular anos depois.
A biografia, publicada há sete anos, influenciou o filme de Daniel Filho e entrou na lista dos livros mais vendidos. Considerado santo por alguns, psicografou mais de 400 títulos e outra infindável quantidade de cartas, que consolava os vivos e pregava a paz.
Leia, abaixo, um trecho do livro:
Em outubro de 1958, Chico tomou uma decisão surpreendente: iria experimentar o ácido lisérgico. Perguntou a Emmanuel se ele poderia fazer a experiência com amigos de Belo Horizonte. O guia se ofereceu para promover a "viagem". À noite, Chico se sentiu fora do corpo, Emmanuel se aproximou dele, colocou uma bebida branca num copo e explicou: era um alcalóide capaz de produzir o mesmo efeito do LSD.
Chico engoliu a bebida, um tanto amarga, e começou a se sentir mal, como se estivesse entrando num pesadelo. Animais monstruosos se aproximavam e cenas assustadoras desfilavam diante de seus olhos. Ele acordou com mal-estar. O sol parecia uma fogueira e o irritava, as pessoas o cercavam, desfiguradas. À noite, Emmanuel reapareceu com a lição psicodélica: o alcalóide refletia seu estado mental.
Chico quis saber como recuperar a tranqüilidade e escapar da ressaca. Receita: oração, silêncio e caridade, para colher vibrações positivas. Chico seguiu as dicas à risca. Começou a visitar doentes pobres, a atrair bons fluidos e, durante cinco dias, trabalhou para se refazer. No sexto dia ele se sentiu melhor. À noite, Emmanuel voltou e propôs repetir a experiência com o mesmo alcalóide. Mesmo desconfiado, o discípulo concordou. O efeito foi surpreendente: alegria profunda.
Teve sonhos maravilhosos, visitou uma Cidade de cristal, olhou para o céu como se ele fosse de vidro. Até a Fazenda Modelo ficou deslumbrante. Os livros pareciam encadernados por safiras e ametistas, luzes saíam do corpo dos companheiros, das plantas e dos animais. Chico sentiu vontade de abraçar todo mundo. Ficou assim, em êxtase, quatro dias seguidos, em estado de alegria descontrolada, insuportável. Emmanuel apareceu com as explicações:
- Você está vendo seu próprio mundo íntimo fora de você. Moral da história:
Nós estamos aqui para cumprir obrigações, não para gozar um céu imaginário nem para fantasiar um inferno que devemos evitar.

"As Vidas de Chico Xavier"
Autor: Marcel Souto Maior
Editora: Planeta
Páginas: 272

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