quinta-feira, 24 de março de 2011

BLOG DO DR. INÁCIO: ENTREVISTA COM ODILON SOBRE MEDIUNIDADE

Dr. Inácio Ferreira
(http://inacioferreira-baccelli.zip.net/)

- Meu caro Odilon – perguntei ao amigo –, você responderia a algumas perguntas para o nosso Blog?

- Se elas estiverem ao meu alcance – respondeu-me –, perfeitamente, Doutor.

- Em sua opinião, qual a maior necessidade dos médiuns na atualidade?

- Para mim, são duas em uma só: sinceridade no exercício de suas faculdades e estudo da Doutrina!

- Por que, Odilon, sinceridade?

- Porque sem sinceridade, Doutor, o médium não consegue superar os seus próprios questionamentos no que tange à autenticidade do fenômeno que se produz por seu intermédio.

- Sinceridade?...

- Amor à Causa! Espírito de verdadeiro devotamento aos semelhantes!

- Você concorda em que os médiuns interferem nos comunicados que recebem?

- Nenhum médium é inteiramente passivo – nem Chico Xavier o era! A questão da interferência se resume em interferir positivamente. A este respeito, o médium bem intencionado deve permanecer tranquilo.

- Todo médium é mesmo médium?

- Eu diria que, por enquanto, na maioria, existe mais vontade de ser médium do que propriamente mediunidade... Não sei se os leitores de seu Blog entenderão o que digo.

- Dá para clarear um pouco mais?

- Doutor, em quase todos nós, a mediunidade é uma faculdade incipiente... Costumo dizer que, em matéria de mediunidade, agora é que estamos deixando a caverna!

- Concordo plenamente.

- A exceção que, serenamente, podemos apontar foi Chico Xavier – denominado o “homem psi”, ou seja, o homem do futuro! Sobre a Terra, ele foi um espírito à frente de nosso tempo. Conforme Calderaro diz no capítulo 9, do livro “No Mundo Maior”, ele representava o “futuro da raça”!

- Por conta disto, devem-se desconsiderar os comunicados em geral?

- Não, mas igualmente não convém lhes dar excessivo crédito! Uma obra mediúnica necessita de ser “enxugada”... Os espíritos, Doutor – e o senhor sabe disto –, também são autores de obras de ficção!

- Obras mediúnicas de ficção?!...

- Sim, muitos romances, por exemplo, o são. Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, nos ensinou a dar importância à essência do enredo, e não ao enredo em si.

- Compreendo. Mas, isto não desqualificaria tais obras?...

- Desde que saibamos separar o joio do trigo, não! Jesus não nos recomendou atear fogo ao campo para destruir o trigo junto com o joio...

- Para você, qual seria o ponto mais delicado nas obras de caráter mediúnico?

- As que realizam incursões acerca em torno das vidas pregressas dos personagens... Creio que, tanto quanto possível, este é um ponto que deveria ser evitado.

- Pelo médium ou pelo espírito?

- Pelos dois!

- O que diz a respeito de algumas obras mediúnicas contraditórias que têm aparecido?...

- Se os homens são contraditórios, é natural que os espíritos que as escrevem e os médiuns que as recepcionam também o sejam.

- Em face da Doutrina, como você definiria a mediunidade?

- O seu “calcanhar-de-aquiles”!... É o seu berço, mas, para os sem discernimento, também pode, por vezes, ser a sua campa!...



INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 8 de março de 2010.

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