terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quem foi Alexandre Aksakof

Alexandre Aksakof nasceu em Ripievka, Rússia em 27 de maio de 1832 e desencarnou em São Petersburgo no dia 4 de janeiro de 1903. Ele foi um diplomata russo, conselheiro de Alexandre III, Imperador da Rússia. Doutorou-se em filosofia e se notabilizou na investigação e na análise dos fenômenos espíritas durante o século XIX. Foi professor da Academia de Leipzig e fundador, em 1874, da revista Psychische Studien (Estudos Psíquicos), na Alemanha. Em1891, lançou em Moscou a revista de estudos psíquicos Rebus, a primeira do gênero na Rússia. Criou adeptos entre cientistas e filósofos de seu tempo, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Daniel Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões questionáveis, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritualismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof contestou a comissão com um outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica". Sustentou longa polêmica e refutou as explicações materialistas do filósofo alemão Von Hartmann, discípulo de Schopenhauer, que atribuía todos os fenômenos espíritas a manifestações do inconsciente ou a charlatanismos. Efetivou numerosas experiências e observações científicas com o concurso da médium italiana Eusapia Palladino, que serviram de fundamentação para sua obra mais importante: Animismo e Espiritualismo (e não Animismo e Espiritismo, como consta nas traduções brasileiras) assim como, ao estudar a mediunidade da médium inglêsa conhecida como Elizabeth d'Espérance, testemunhou um evento sobre o qual escreveu a obra "Um Caso de Desmaterialização".
A despeito de ser um entusiasta do Novo Espiritualismo, Aksakof, porém, não era espírita. Num artigo em 1876, ele se coloca veementemente contra o método de Kardec, principalmente na questão da reencarnação, difundida na Doutrina Espírita: “É claro que a propagação desta doutrina por Kardec foi matéria de forte predileção. De início a reencarnação não foi apresentada como objeto de estudo, mas como um dogma. Para o sustentar, recorreu com frequência a escritos de médiuns, que, como bem sabemos, facilmente se submetem á influência de ideias preconcebidas. E o Espiritismo as produziu em profusão. Enquanto que através de médiuns de efeitos físicos não só as comunicações são mais objetivas, mas sempre contrárias à doutrina da reencarnação. Kardec seguiu o rumo de sempre desprezar esse tipo de mediunidade, tomando como pretexto a sua inferioridade moral. Assim, o método experimental é, de modo geral, desconhecido no Espiritismo. Durante vinte anos ele não fez o menor progresso intrínseco e ficou em completa ignorância do Espiritualismo angloamericano. Os poucos médiuns franceses de fenômenos físicos que desenvolveram seus dons a despeito de Kardec, jamais foram mencionados na “Revue”; ficaram quase que desconhecidos dos Espíritas e apenas porque os seus guias não sustentavam a doutrina da reencarnação.” Acrescenta Aksakof que as suas observações não afetam a questão da reencarnação no abstrato, mas apenas no que respeita à sua propagação sob os auspícios do Espiritismo.

Escreveu em 1890: "Interessei-me pelo movimento espiritualista desde 1855 e, desde então, não deixei de estudá-lo em todas as suas particularidades e através de todas as literaturas. Em 1870 assisti à primeira sessão, em um círculo íntimo que eu tinha organizado. Não fiquei surpreendido de verificar que os fatos eram reais adquiri a convicção profunda de que eles nos ofereciam - como tudo o que existe na Natureza - uma base verdadeiramente sólida, um terreno firme para a fundação de uma ciência nova que seria talvez capaz, em um futuro remoto, de fornecer ao homem a solução do problema da sua existência. Fiz tudo o que estava ao meu alcance para tornar os fatos conhecidos e atrair sobre o seu estudo a atenção dos pensadores isentos de preconceitos."

Fonte: História do Espiritualismo, de Artur Conan Doyle, Wikipedia

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