segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Siddartha Gautama e o Sermão de Benares

"Oh monges, a sublime verdade é que o ser humano, uma vez que nasce neste mundo, não consegue escapar dos seguintes sofrimentos:
- o nascimento;
- o envelhecimento;
- o confronto com aqueles que contrariam seus desejos;
- a perda de quem se ama;
- a impossibilidade de se obter tudo o que se deseja;
- as enfermidades e a morte.
Enquanto meditava, descobri que nossas vidas são eternas, mas nascem neste mundo carregadas de virtudes e vícios, acumulados em vidas anteriores, e esta é a verdade sublime da causa de todo sofrimento humano:
- o desejo pelo prazer dos sentidos e a luta para obter poder e assim gozar a vida física, arroja as almas a seguidos renascimentos (Sansara).
Queimar todo mau karma, fonte do sofrimento, e aumentar o próprio Dharma é possível ao ser humano, evitando levar a vida em busca de prazeres físicos e reconhecendo que o eu e o outro somos na verdade somente um.

Os sofrimentos da vida física gerados pelo apego à temporaneidade, podem ser dominados através do cultivo da compaixão, da sabedoria e da prática da meditação. Pelo seu esforço pessoal o homem pode libertar-se de todas as servidões e sofrimentos.
Aprende, pois, o que é o sofrimento, embora não haja nada para aprender; abandona as causas do sofrimento, embora não haja nada para abandonar; concentra-te na cessação, embora nada possa cessar; pratica os meios de chegar à cessação embora não haja nada a praticar; despertando assim a consciência não para o conhecimento apenas, mas sobretudo para a sabedoria que revela a realidade última, o Nirvana, que pode ser alcançado trilhando o dourado caminho do meio (saúde perfeita, mente perfeita, integração com o mundo perfeita). A libertação de cada ser depende da sua própria compreensão da verdade. Cada um é responsável pela sua felicidade ou pelo seu infortúnio. Quem souber descobrir dentro de si a verdadeira natureza dos laços que determinam o encadeamento sem fim das causas e dos efeitos, quebrará o círculo infernal e atingirá a libertação.
A partir desse momento, oh monges, meu espírito está liberado para sempre.

Oh monges, busquem, com todo afinco, por sua libertação."

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