segunda-feira, 4 de julho de 2011

ALGOZES PSICOLÓGICOS



Joana de Ângelis 
Psicografado por 
Divaldo Franco


O processo da evolução ântropo-sociológica do ser humano não se fez acompanhar pelo desenvolvi­mento psicológico, que deveria, pelo contrário, pre­cedê-lo.
Sendo um ser essencialmente constituído pela ener­gia pensante, ela teria predominância no comportamen­to, imprimindo suas necessidades mais vigorosas, que se transfeririam para o cérebro, por ela modelado, pas­sando a conduzir a maquinaria física, como conseqü­ência das suas expressões psicológicas. Não obstante, em razão da sua estrutura original, simples, destituída de complexidades, esse desabrochar de valores torna­-se lento, fixando cada conquista, de forma que a próxi­ma se apóie na anterior que lhe passa a constituir ali­cerce psíquico.
Os sentimentos, por isso mesmo, surgem, a pouco e pouco, arrebentando a concha na qual se aprisionam em latência, apresentando-se como impulsos e tendências que se comportarão no futuro como hábitos estru­turados, formadores de novos campos vibratórios a se tornarem ação.
O desconhecimento de determinadas experiências inibem-no psicologicamente, permitindo que verdadei­ros algozes psicológicos tomem campo no comporta­mento, que se transformam em conflitos perturbado­res, inibidores, trabalhando para a formação de exis­tências fragmentadas.
Às vezes se apresentam difíceis de remoção imedi­ata, exigindo terapia demorada e grande esforço do seu portador, caso esteja realmente interessado na conquis­ta da saúde emocional.
Ao invés de assim agir, pelo contrário, o indivíduo refugia-se na distância, evitando compromissos sociais e emocionais que acredita não saber administrar, tor­nando a situação mais complexa na razão direta em que evita os contatos saudáveis, que podem arrancá-lo da situação alienante.
Desequipado de coragem e de estímulos para ven­cer-se e superar os algozes, mais se aflige, reflexionan­do negativamente, e deixando-se embalar pelas mórbi­das idéias da autocomiseração ou da revolta, da auto-punição ou do pessimismo, que passam a constituir-lhe companheiros constantes da conduta interior, que externa como amargura, insegurança, mal-estar.
Os mecanismos da evolução constituem força pro­pulsionadora do desenvolvimento dos germes que dor­mem em latência, aguardando os fatores propiciatóri­os ao seu desempenho.
A princípio, de forma incipiente, depois com mais vigor, por fim, com espontaneidade, que se torna ca­racterística da personalidade, abrindo mais espaços para a aquisição dos valores mais elevados da inteli­gência e do sentimento.
Para a eficiência do afã deve ser empreendida uma bem direcionada luta interior, firmada em propósitos de relevância em relação ao futuro, e de superação das marcas do passado.
A constituição de cada indivíduo mantêm os sinais de todo o processo de crescimento, tal como ocorre com todos os seres em a Natureza.
Na botânica, a cor das folhas e flores, o sabor dos frutos, mesmo que da mesma espécie, expressam as características do solo no qual se encontram. O mesmo ocorre entre os animais, que são resultado das condi­ções climáticas e ambientais, da alimentação e do trata­mento que recebem, variando de expressões conforme os lugares onde se movimentam.
Muitos caracteres psicológicos têm a ver com os fatores mesológicos e suas implicações na conduta.
Assim, os algozes psicológicos que afetam a um expressivo número de pessoas, aguardam decisão e aju­da para arrebentarem as suas amarras retentivas, que impedem a plenificação da criatura.

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